quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cultura de Convergência e Cultura Participativa

A compreensão da forma como as mídias se estruturam é o tema principal no livro Cultura da Convergência de Henry Jenkins (2008). O autor aborda o fenómeno da convergência não só como um fluxo de conteúdo através de múltiplos suportes, mas também como uma transformação cultural, na qual os consumidores são incentivados a procurar novas formas de obter informação estabelecendo ligações a conteúdos mediáticos. Nesse processo são criadas comunidades de conhecimento caraterizadas por uma inteligência coletiva alicerçada numa cultura participativa onde se estabelece uma relação de participação e interação entre produtores e consumidores. O quotidiano dos consumidores é afetado por este processo de convergência numa base regular, embora esta mudança nos padrões de consumo afete, não só quem consome, mas também quem produz. O consumidor passivo do passado é hoje extremamente ativo, migratório, ligado socialmente e possuidor de grande expressividade pública. Esta nova cultura emergente, participativa, aliada à evolução do ciberespaço, desenvolveu uma forma de inteligência coletiva, pontuada por questões ilimitadas e interdisciplinares, induzindo um conhecimento combinado nos membros de uma comunidade, hoje coletivo do que partilhado.

Referências:
Jenkins, Henry. Cultura da convergência. São Paulo, Aleph, 2008.
Blog de Henry Jenkins (http://henryjenkins.org)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Princípios da Cibercultura


Segundo Lemos, para compreendermos os impactos das novas tecnologias na cultura e na comunicação contemporânea temos que encarar a sociedade como um processo que se cria entre as formas e os conteúdos - simmel. A partir desta perspetiva a dinâmica sócio-técnica instaurada no final do século é caraterizada pela mistura (de forma algo invulgar) das tecnologias digitais e a sociedade pós-moderna. A esta mistura poderemos chamar cibercultura.

Para o autor, esta noção de cibercultura tem um âmbito planetário e a sua compreensão depende de conceitos maffesolinianos como o “tribalismo”, o “presenteísmo” o “vitalismo" e o “formismo”, os quais podem descrever as relações entre as novas tecnologias e a sociedade contemporânea.

Estes miniconceitos serão relevantes para a análise não só da cibercultura (comunidades virtuais, jogos eletrónicos, imaginário ciberpunk, cibersexo, realidade virtual, ciberespaço), mas também de acontecimentos do dia-a-dia que marcam as sociedades atuais.

Referências:
Lemos, André. Ciber-Socialidade. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea. Disponível em
http://hermes.ucs.br/ccha/deps/cbvalent/EAD/homepsico/andre.html