sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Limitações que comprometem a argumentação dos críticos da fusão arte/tecnologia




Fantasias Mecânicas - Fusão da arte e tecnologia

Primeira limitação: “A crítica aos determinismos da máquina pode ser aplicada em qualquer processo cultural da humanidade de qualquer tempo”. Constata-se este facto na determinação que a matéria trabalhada pelo artista impõe ao mesmo como resultado da sua natureza. Um artista que trabalha o barro não pode obter os mesmos resultados que um artista que trabalha o metal. As ferramentas, os materiais e as técnicas são diferentes, logo o resultado é diferente, independentemente da arte subjacente à moldagem da matéria. 
Segunda limitação: “O segundo equívoco da mesma crítica é supor de forma bastante determinista, que os modelos probabilísticos inscritos nas máquinas e processos técnicos, seja algo que se pode resumir ou quantificar numa tábua de possibilidades”. Esta visão simplista não traduz sequer o mais simples dos sistemas simbólicos. Os limites de manipulabilidade das máquinas ou processos técnicos ainda não foram esgotados. Segundo Flusser (1983), em toda a cultura técnica persiste um componente que não pode ser quantificado, muito menos em termos de “limites”, já que concerne à ilimitada imaginação humana, seja dos homens que fabricam as máquinas, ou dos homens que as utilizam.

Referências:
Machado, A. (1993). Máquina e Imaginário - O desafio das poéticas tecnológicas. In E. d. U. d. S. Paulo (Ed.), (pp. 21-44): Editora da Universidade de São Paulo.

http://www.museudamarioneta.pt/gca/?id=79&prod=4542&tabs=fotos


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