O papel do artista na era das máquinas
Num “post” anterior referi o paradoxo existente pela arte produzida com recurso à tecnologia, apontando aspetos antagónicos entre estas realidades, as quais se sintetizam no quadro seguinte:
Pressupostos da arte
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Pressupostos da tecnologia
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Criatividade/inspiração
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Performance
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Imprevisibilidade
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Desempenho
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Imaginação livre
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Produção
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Desordem
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Sistematização
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Improvisação
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Eliminação de improvisos
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Neste enquadramento o artista tecnológico vê-se rodeado de constrangimentos ao desenvolvimento puramente artístico, correndo o risco de através dos recursos da computer art se limitar a imitar estilos consagrados. Este risco no campo da arte estende-se às máquinas, as quais podem cair num vazio criativo, populado por conteúdos de “mídias anteriores”, no qual as inovações no campo estético sejam inexistentes. As novas tecnologias, ao contrário da fotografia e do cinema, os quais conquistaram um lugar no contexto cultural da humanidade, devem procurar o seu espaço. Tal não acontecerá sem a cooptação de valores artísticos para o mundo das novas tecnologias, um facto do qual a indústria das tecnologias de ponta está bem ciente. Um caso claramente exemplificativo foi a fundação do Center for Advanced Visual Studies (CAVS), como parte do Massachussets Institute of Technology em 1968.
Fundador do MIT Center for Advanced Visual Studies, György Kepes |
Machado, A. (1993). Máquina e
Imaginário - O desafio das poéticas tecnológicas. In E. d. U. d. S. Paulo
(Ed.), (pp. 21-44): Editora da Universidade de São Paulo.
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