sexta-feira, 21 de dezembro de 2012


O papel do artista na era das máquinas

Num “post” anterior referi o paradoxo existente pela arte produzida com recurso à tecnologia, apontando aspetos antagónicos entre estas realidades, as quais se sintetizam no quadro seguinte:
Pressupostos da arte
Pressupostos da tecnologia
Criatividade/inspiração
Performance
Imprevisibilidade
Desempenho
Imaginação livre
Produção
Desordem
Sistematização
Improvisação
Eliminação de improvisos

Neste enquadramento o artista tecnológico vê-se rodeado de constrangimentos ao desenvolvimento puramente artístico, correndo o risco de através dos recursos da computer art se limitar a imitar estilos consagrados. Este risco no campo da arte estende-se às máquinas, as quais podem cair num vazio criativo, populado por conteúdos de “mídias anteriores”, no qual as inovações no campo estético sejam inexistentes. As novas tecnologias, ao contrário da fotografia e do cinema, os quais conquistaram um lugar no contexto cultural da humanidade, devem procurar o seu espaço. Tal não acontecerá sem a cooptação de valores artísticos para o mundo das novas tecnologias, um facto do qual a indústria das tecnologias de ponta está bem ciente. Um caso claramente exemplificativo foi a fundação do Center for Advanced Visual Studies (CAVS), como parte do Massachussets Institute of Technology em 1968.

Fundador do MIT Center for Advanced Visual Studies, György Kepes

Referências:
Machado, A. (1993). Máquina e Imaginário - O desafio das poéticas tecnológicas. In E. d. U. d. S. Paulo (Ed.), (pp. 21-44): Editora da Universidade de São Paulo.
http://arts.mit.edu/awards-prizes/kepes/

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