sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Máquinas semióticas

Segundo a interpretação de Villém Flusser, máquinas semióticas são intermediadoras de conceitos a respeito do mundo. Nessa acepção, “aparelhos são caixas pretas” que simulam o pensamento humano, graças a teorias científicas, as quais, tal como o pensamento humano, permutam símbolos contidos na sua memória. As máquinas estão envolvidas em processo sígnicos. Nesse sentido o computador é uma máquina semiótica, já que é uma máquina que opera com signos. Muitas outras máquinas estão envolvidas em processos sígnicos: máquinas de escrever, fotocopiadoras, câmaras e gravadores são máquinas que produzem signos. Serão estas também máquinas semióticas? Uma caneta também está envolvida com a produção de signos, mas dificilmente pode ser considerada como causa suficiente de um interpretante.


Apesar de seus critérios de semiose, que sugerem vida como um pré-requisito, Peirce (1887), que frequentemente usava o termo “lógico” como um sinónimo de “semiótico”, formulou uma teoria para “máquinas lógicas” (sem as designar por “máquinas semióticas”) muito antes da invenção da Inteligência Artificial (Ketner 1988; Skagestad1993, 1999; Tiercelin 1993). Mais de um século atrás, ele discutiu as “máquinas lógicas”, inventadas por Jevons e Marquand, e concluiu que estes dispositivos, bem como as máquinas de calcular de seu tempo, eram “máquinas de raciocínio”. Uma vez que o raciocínio parece ser um processo semiótico, poderíamos concluir que estas máquinas eram máquinas semióticas, extrapolando este raciocíno para a atualidade.

Referências:
Machado, A. (1993). Máquina e Imaginário - O desafio das poéticas tecnológicas. In E. d. U. d. S. Paulo (Ed.), (pp. 21-44): Editora da Universidade de São Paulo 

http://www.scribd.com/doc/44683915/Capitulo-06 
http://www.design-in-human.de/lectures/nake.html

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